quarta-feira, 20 de abril de 2011

Dilma diz que reforma do Conselho da ONU não é 'capricho'

A presidente Dilma Rousseff voltou a cobrar nesta quarta-feira a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Dilma disse que em termo s de segurança "a ONU envelheceu" e que a reformulação do órgão "não é um capricho do Brasil".

Ao participar das comemorações do Dia do Diplomata, Dilma afirmou que a política externa do Brasil será pautada pelos direitos humanos, que as parcerias com os países da America do Sul terão prioridades e que o Brasil "deixou de ser visto como um país pequeno e impotente".

Para a presidente, a reforma do Conselho do ONU é necessária para reconhecer o papel dos países emergentes no atual cenário internacional.

"Do ponto de vista da segurança a ONU também envelheceu. Os eventos mais recentes nos países árabes no norte da África mostram uma saudável onda de democracia, que desde seu início apoiamos, e refletem também a complexidade dos desafios dos tempos em que vivemos. Lidamos com fenômenos que não mais aceitam políticas imperiais, certezas categóricas e respostas guerreiras de sempre", disse.

Na avaliação de Dilma, a mudança no conselho será dar mais relevância a questão da segurança no mundo.

"Reformar o Conselho de Segurança da ONU não é, portanto, um capricho do Brasil. Reflete necessidade de ajustar esse importante instrumento da governança mundial a correlação de forças do século XXI. Significa atribuir aos temas da paz e segurança a efetiva importância. Mais do que isso, exige que as grandes decisões a respeito sejam tomadas por organismos representativos e, por essa razão, mais legítimos", disse.

A presidente afirmou que a defesa dos direitos humanos, ainda mais agora está no centro das preocupações das políticas externas. "Vamos defender sem concessões, sem discriminações", afirmou.

Ao lembrar os 20 anos da assinatura do Tratado de Assunção que criou o Mercosul, Dilma disse que as relações na América do Sul serão o foco de sua política externa.

"A América do Sul continuará sendo prioridade do meu governo. Sinalizei essa prioridade ao fazer a primeira viagem para a Argentina. Não há espaço para discórdias e rivalidades que nos separaram no passado. Os destinos da America do Sul, de cada país e os nosso estão interligados", disse.

A presidente defendeu a diversificação de negócios na África e na Ásia e lembrou que o Brasil espera sempre reciprocidade. Dilma lembrou a visita do presidente dos Estados Unidos Barack Obama dizendo que o gesto dará mais vigor para as relações.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Brasil e China fecham acordos na área de defesa





Recursos hídricos e nanotecnologia foram outras áreas contempladas por compromissos
Mariana Londres, do R7, em Brasília

AFPAFP
Dilma cumprimenta o presidente da China, Hu Jintao, após a assinatura de acordos em Pequim
O Brasil e a China assinaram nesta terça-feira (12) acordos de cooperação e de transferência de tecnologia nas áreas de defesa, recursos hídricos, nanotecnologia, agrícola e de transformação, além de um acordo que prevê a instalação de um instituto para o ensino da língua chinesa para brasileiros na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Os acordos são resultado da viagem desta semana da presidente Dilma Rousseff à China, informou o Ministério das Relações Exteriores.

Na defesa, o acordo de cooperação prevê intercâmbio de experiências em operações militares, o que inclui as operações de manutenção da paz da ONU (Organização das Nações Unidas), treinamento militar conjunto e segurança em eventos importantes, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, por exemplo.

A cooperação para a defesa será feita por meio de visitas mútuas de delegações dos dois países, intercâmbios de instrutores, participação em cursos teóricos e práticos, visitas mútuas de navios e aeronaves militares, eventos culturais e desportivos e participação conjunta em pesquisa e desenvolvimento de programas de aplicação de tecnologia de defesa.


Para os recursos hídricos, a cooperação entre Brasil e China se dará na elaboração de políticas, leis e regulamentos sobre gestão da água, na gestão integrada de bacias hidrográficas fluviais, no controle de enchentes, combate à seca e mitigação de desastres, reforço de barragens e no planejamento, concepção, construção e gestão de projetos de transferência de longa distância de cursos d'água, como a transposição do Rio São Francisco, para citar um exemplo.

Na área de nanotecnologia, o acordo de cooperação prevê a criação do Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em nanotecnologia, constituído por núcleos de pesquisa que interagirão entre si, utilizando a infraestrutura existente para executar projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento, formação e capacitação de recursos humanos.

 

Indústria do bambu e ensino de língua chinesa também foram focos de acordos

A indústria do bambu também foi foco de um acordo de cooperação com transferência de tecnologia para o desenvolvimento da planta, tanto para a produção de muda, brotos e clones, como em máquinas e equipamentos e produtos laminados e para a construção civil, arquitetura, design, artesanato e decoração.

Os acordos assinados pela presidente Dilma Rousseff na China também incluem a criação de um centro para o ensino da língua chinesa no Brasil.

O centro será instalado dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e tem como objetivo aumentar a compreensão entre os povos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Com militares, Dilma diz que Brasil 'corrigiu seus caminhos'


Dilma, Temer, e Nelson Jobim participam de cerimônia de apresentação dos novos oficiais-generais. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR/Divulgação Dilma, Temer, e Nelson Jobim participam de cerimônia de apresentação dos novos oficiais-generais
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR/Divulgação

    Laryssa Borges
    Direto de Brasília

    Após receber nesta terça-feira a insígnia de Grã-Mestra da Ordem do Mérito da Defesa, conferida a militares e civis que tenham prestado "relevantes serviços" às Forças Armadas, a presidente Dilma Rousseff defendeu o fortalecimento de Exército, Marinha e Aeronáutica, disse que a rubrica da defesa não pode ser considerada "um elemento menor" e resumiu: "um país que conta, como o Brasil, com Forças Armadas caracterizadas por um estrito apego às suas obrigações constitucionais, é um país que corrigiu os seus próprios caminhos e alcançou um elevado nível de maturidade institucional".
    Ex-integrante de movimentos de esquerda nos anos de chumbo, Dilma é a primeira mulher a ser agraciada com a Grã-Mestra da Ordem do Mérito da Defesa. Ainda que no contingenciamento de R$ 50 bilhões anunciado no início do ano o Ministério da Defesa tenha tido seus recursos fortemente reduzidos - o abatimento foi de 26,5% em relação ao valor total de R$ 15,16 bilhões das despesas previstas na Lei Orçamentária Anual (LOA) - Dilma Rousseff condenou a ideia de que é dispensável, por conta da necessidade de investimentos na área social, o aparelhamento das Forças Armadas.
    "Em um país ainda socialmente desigual, como o Brasil, poderia parecer tentadora a noção de que a modernização e o dimensionamento das Forças Armadas constituiriam esforço ocioso, prejudicial ao investimento em outros setores prioritários. Isto é um grande engano. O certo é que a defesa não pode ser considerada elemento menor da agenda nacional", afirmou.
    A presidente ressaltou, por fim, a importância do papel dos militares na consolidação da política de erradicação da pobreza extrema no País e na proteção das riquezas do petróleo encontrado na camada pré-sal.
    Terra