11 de fevereiro de 2014
Correio Braziliense
Manchete: Black blood
A selvageria que expulsou das ruas manifestantes pacíficos atingiu o ápice ontem com o anúncio da morte cerebral de Salvador Andrade. Cinco dias atrás, o cinegrafista de 49 anos filmava passeata contra aumento em passagens de ônibus, no Rio, quando rojão disparado por um mascarado o acertou em cheio na cabeça. Um Jovem que carregava o artefato está preso. Outro, que acionou o explosivo, já foi identificado pela polícia. Suposta ligação do deputado estadual Marcelo Freixo (PSol) com black blocs provocou discussão ontem entre o parlamentar e advogado que se desculpou por haver divulgado a informação sem comprovar a veracidade. Em texto em rede social, a jornalista Vanessa Andrade, filha de Santiago, emocionou internautas ao falar do pai (leia abaixo). O caso põe em xeque a capacidade dos governos federal e estaduais de garantir a segurança da população em manifestações. E justamente em ano de Copa do Mundo e de eleições.
“Meu nome é Vanessa Andrade, tenho 29 anos e acabo de perder meu pai.
Quando decidi ser jornalista, aos 16, ele quase caiu duro. Disse que era profissão ingrata, salário baixo e muita ralação. Mas eu expliquei: vou usar seu sobrenome. Ele riu e disse: então pode!
Quando fiz minha primeira tatuagem, aos 15, achei que ele ia surtar. Mas ele olhou e disse: caramba, filha. Quero fazer também. E me deu de presente meu nome no antebraço.
Quando casei, ele ficou tão bêbado, que na hora de eu me despedir pra seguir em lua de mel, ele vomitava e me abraçava ao mesmo tempo.
Me ensinou muitos valores. A gente que vem de família humilde precisa provar duas vezes a que veio. Me deixou a vida toda em escola pública porque preferiu trabalhar mais para me pagar a faculdade. Ali o sonho dele se realizava. E o meu começava.
Esta noite eu passei no hospital me despedindo. Só eu e ele. Deitada em seu ombro, tivemos tempo de conversar sobre muitos assuntos, pedi perdão pelas minhas falhas e prometi seguir de cabeça erguida e cuidar da minha mãe e meus avós. Ele estava quentinho e sereno. Éramos só nós dois, pai e filha, na despedida mais linda que eu poderia ter. E ele também se despediu.
Sei que ele está bem. Claro que está. E eu sou a continuação da vida dele. Um dia meus futuros filhos saberão quem foi Santiago Andrade, o avô deles. Mas eu, somente eu, saberei o orgulho de ter o nome dele na minha identidade.
Obrigada, meu Deus. Porque tive a chance de amar e ser amada. Tive todas as alegrias e tristezas de pai e filha. Eu tive um pai. E ele teve uma filha.
Obrigada a todos. Ele também agradece.
Eu sou Vanessa Andrade, tenho 29 anos e os anjinhos do céu acabam de ganhar um pai.” (Págs. 1, 2 a 4 e Visão do Correio, 14)
Médico cubano foge do Brasil
Com ajuda de uma ONG internacional, Ortelio Jaime Guerra deixou o Mais Médicos no interior de São Paulo e foi para os EUA, onde postou mensagens nas redes sociais. É a segunda deserção em dez dias. (Págs. 1 e 6)
Energia: Planalto teme fazer campanha de racionamento que pouparia R$ 8 bi (Págs. 1 e 10)
Sem-terra: Mais governista, MST terá 16 mil em protesto na Esplanada amanhã (Págs. 1 e 8)
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Estado de Minas
Manchete: Santiago morreu. E agora, Brasil?
Atingido na cabeça por um rojão, o cinegrafista Santiago Andrade não resistiu. Foi a primeira morte em confronto direto entre black blocs e a polícia nos protestos de rua que começaram em junho do ano passado – outras ocorreram por razões indiretas, como quedas de viaduto ou atropelamentos. A polícia já tem o nome do lançador do foguete, que não havia se entregado. Outro envolvido na agressão foi preso. A presidente Dilma condenou a violência nas manifestações e mandou a Polícia Federal entrar nas investigações. Com a morte de Santiago, perde a democracia, perde o país, perdemos todos nós. Gritar contra opressão e injustiça é direito sagrado. Mas sem nunca perder o respeito à vida humana e à sociedade. (Págs. 1, 6, 7 e o Editorial ‘Por trás das máscaras’, 8)
Crimes ao volante: Pena severa não emplaca com Lei Seca
BH teve nos últimos quatro anos 13 detenções em flagrante, seguidas por denúncia de homicídio com dolo eventual, de motoristas que mataram no trânsito. Nenhum ficou preso. O estudante Germano Pena, que atropelou e matou um entregador de pães no Estoril, ficou menos de 48 horas na cadeia. (Págs. 1 e 17)
Outro cubano abandona o Mais Médicos (Págs. 1 e 5)
Vida a conta-gotas: Seca já afeta municípios e safra em MG
Estiagem prolongada mudou a rotina da população no Sul e na Zona da Mata, onde racionamento e multa por desperdício são realidades. Perdas em lavouras na Grande BH devem encarecer hortaliças, situação que se repete pelo país. Especialistas cobram campanha nacional de economia de água. (Págs. 1, 10, 12 e 21)
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Jornal do Commercio
Manchete: Domingo do Carnaval
Era Dia do Frevo e o aniversariante deu as ordens no Recife e em Olinda, Na Praça do Arsenal, o Paço do Frevo encantou os visitantes. Na Cidade Alta, prevaleceram as cores dos passistas. A três semanas da festa oficial, nada segurou o folião. (Págs. 1 e 10)
Manifestante do rojão é preso no Rio
Tatuador assumiu que entregou a “estranho” artefato que feriu cinegrafista e promete ajudar investigação. (Págs. 1 e 4)
Sai segunda restituição da malha fina
Receita libera hoje a consulta para 67.480 contribuintes, que vão receber um volume total de R$ 137,18 milhões. (Págs. 1 e 7)
Sucessão estadual
Eduardo Campos diz que primeiro discutirá propostas e, só depois, nomes. (Págs. 1 e 3)
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Zero Hora
Manchete: Copa e eleições travam projetos no Congresso
Mundial e campanha vão “encurtar” ano legislativo, e propostas polêmicas ou que representem aumento das despesas públicas serão deixadas de lado. (Págs. 1 e 8)
Ato violento: Dilma pede que PF investigue episódio no Rio
Cinegrafista atingido por um artefato em manifestação teve morte cerebral declarada. (Págs. 1 e 26)
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Brasil Econômico
Manchete: Seca afeta economia e mobiliza empresas
Estiagem fora de época está fazendo com que indústrias intensivas no uso de água, como a química, utilizem seus estoques e busquem soluções para manter a produção no resto do ano. Na agricultura, o prejuízo maior é na lavoura de milho, o que pode contaminar a inflação. Já o comércio trabalha para reduzir a utilização de água em 60%. (Págs. 1, 4 e 5)
Tecnologia para questões sociais
A subsidiária brasileira da gigante Google anunciou ontem o lançamento de uma competição para incentivar projetos de organizações não-governamentais que usem a tecnologia para resolver problemas sociais. Serão distribuídos R$ 4 milhões. (Págs. 1 e 29)
Afif promete menor prazo para micros
O secretário Afif Domingos informou que o governo trabalha para que a abertura de pequenas e microempresas seja feita em apenas 5 dias. Hoje são necessários 150 dias. (Págs. 1 e 6)
E-commerce: Mulheres vão às compras na internet
Pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico mostra que a presença feminina predomina entre os 10 milhões de consumidores que fizeram sua primeira compra na web em 2013. A categoria moda e acessórios já é a primeira no ranking de vendas. (Págs. 1, 10 e 11)
Imigração limitada: Empresas da Suíça temem reação da UE
As companhias suíças preocupam-se com danos a acordos bilaterais, após a imposição de cotas para entrada de estrangeiros ter sido apoiada pela população. Hoje, cerca de 20% dos habitantes do país são imigrantes. (Págs. 1 e 60)
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