terça-feira, 11 de novembro de 2008

Primeira Guerra nasce durante a era das ideologias; ouça professor

da Folha Online

Interesses divergentes entre nações burguesas, que estavam entrando em um grande período de industrialização e buscavam consumidores de seus produtos e de matérias-primas respectivas, foram uma das causas que originou a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

As informações são do historiador Mário Sérgio de Moraes, professor doutor pela USP (Universidade de São Paulo), que integra o núcleo do LEI (Laboratório de Estudos sobre a Intolerância) da USP, e leciona na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) e na UMC (Universidade de Mogi das Cruzes).

"Criou-se uma rivalidade muito grande gerando o nacionalismo exacerbado entre as nações. De um lado, a nação líder que era a Inglaterra, e de outro lado uma nação concorrencial liderada pela Alemanha. Isto possibilitou que inúmeras outras nações entrassem nesse conflito", diz.

Segundo o professor, os quatro anos de conflitos foi um período longo para a época. "Foi uma guerra extremamente cruel porque ela foi lenta no seu movimento e também pela primeira vez nós tivemos o uso de grandes máquinas, como submarinos, metralhadoras, aviões, gases", explica.

A guerra gerou dois principais efeitos. Em 1917, nasce uma nova potência conhecida como União Soviética. Depois, presencia-se o surgimento de outra grande potência, os Estados Unidos, que até então não tinha a sua liderança afirmada, declara Moraes.

De acordo com o professor, a guerra teve duas características marcantes, principalmente pelo fato do uso do nacionalismo como vestimenta para esta concorrência entre as nações e o nascimento da ideologia socialista.

"Alguém já disse, principalmente o historiador Eric Hobsbawm, que a Primeira Guerra veio a nascer a era das ideologias, ou seja, o século 20 nasce na cidade de Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegóvina, e termina mais tarde na mesma cidade", conclui o professor.

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